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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mundo...

"Isto é só uma teoria" é um atestado de desconhecimento da ciência, amigo. Tudo na ciência são teorias, certezas só a religião dá, e mesmo assim, são certezas sem evidência alguma. As teorias científicas, por outro lado, tem a seu favor o peso das observações e de experimentos.

Voltando à pergunta, como o mundo "surgiu", "segundo os cientistas", é uma pergunta ambígua, como apontou a outra colega: não se sabe se a consulente está perguntando sobre a origem do Universo ou sobre a origem do planeta Terra. Vou supor que a consulente está tratando do planeta Terra, que é comumente conhecido como "nosso mundo".

A teoria científica mais aceita é a de que uma nebulosa planetária entrou em colapso. A própria nebulosa foi originada pela explosão de uma ou mais estrelas, e a explosão de alguma extrela nas proximidades provavelmente causou o colapso da mesma. 98% ou 99% da matéria da nebulosa acabou se concentrando no centro, formando a estrela que nós conhecemos como Sol. O resto tinha energia suficiente para ficar em rotação, formando um disco quente, de gás e poeira incandescentes. Estes teriam se aglomerado em pedaços maiores, e estes continuariam se aglomerando até formar os planetas, nas suas órbitas atuais.

Esta é a teoria mais aceita, e conta com algumas evidências indiretas: sabemos que nebulosas se originam de explosões de estrelas por que já vimos isto acontecendo, em vários estágios. Também sabemos que estrelas se originam de nebulosas por que também vimos isto acontecer (recentemente foi notícia a descobertas de estrelas "recém-nascidas" na constelação de Órion). Falta ainda encontrar evidências do resto do processo, mas já foram encontrados traços do que pode ser um disco protoplanetário em torno de outras estrelas (precisamos de telescópios mais poderosos para vê-los melhor).

A teoria é a melhor que temos, mas ela não explica muitas coisas, existem lacunas. Por exemplo, por quê os planetas mais internos são rochosos e os mais externos são gasosos? E por quê os exoplanetas que encontramos até agora são gasosos e estão em distâncias até menores da distância de Mercúrio ao nosso Sol? Será que o nosso sistema solar é único, ou existem outros como ele (até agora, os que encontramos são diferentes, com estrelas chamadas "Júpiters quentes" muito próximos de suas estrelas, e onde há um Júpiter quente não há possibilidade de se formar um planeta rochoso perto, o planeta gasoso desestabiliza a órbita do planeta rochoso ou nem mesmo deixa que se forme)?

Enfim, existem muitas dúvidas ainda, e é por isto que os cientistas continuam estudando.

Finalmente, um questionamento. Tenho visto muito aqui no Yahoo! Respostas perguntas e respostas indicando que ciência e religião estão em constante conflito, principalmente por que a ciência não corrobora o relato bíblico da criação. Entretanto, Sir Francis Bacon, o homem que criou a ciência empírica, que chegou à conclusão que para conhecer a natureza a resposta não estava na Bíblia, por que a Bíblia falava de coisas da fé, e não estava nos filósofos antigos, por que eles não observavam a natureza tampouco realizavam experimentos, pelo menos não com método. E Sir Francis Bacon era um homem religioso. Ele achava que uma leitura literal da Bíblia era uma heresia, era querer fazer os mortos falarem pelos vivos, e que a mente humana havia sido criada para justamente descobrir os segredos da natureza atravéz da pesquisa, da investigação científica.

O quê aconteceu de lá para cá? Parece que estamos revivendo uma era de fanatismo cego, de leitura literal da Bíblia, como se os homens que a escreveram tinham a palavra final sobre os conhecimentos da natureza. Enquanto que a mensagem de fé da Bíblia é deixada de lado. Os Cristãos se tornaram todos uma horda de fanáticos burros e embrutecidos? Incapazes de conciliar as descobertas científicas com a sua fé? Se não era para usar o cérebro, por quê o Criador teria dado um? O nosso é o único cérebro conhecido que estuda a si mesmo: isto é um feito espantoso, maravilhoso mesmo. Por quê isto afastaria o homem de Deus? E por quê o conhecimento da Verdade sobre a origem das espécies, a evolução, afastaria o homem de Deus? No que isto tira a dignidade humana? Ou a divindade da Criação? E se um Criador dispôs tudo de forma que o Universo evoluísse sem a sua interferência, e se nós somos apenas uma possibilidade do tão propalado Amor de Deus, por quê estudar sobre isto é se afastar de Deus? Se, no início, procurar a Deus era também estudar a sua Criação, por que será que depois que o homem descobriu algumas coisas ele ficou com medo do conhecimento, e com medo do que descobriu? Tudo que eu vejo é gente com medo do conhecimento. Medo do saber. Medo da Verdade, de entender que a Bíblia não deve ser interpretada literalmente, medo de ter perdido aquele paizinho mítico que cuida de cada passo, que faz milagres e maravilhas para as criancinhas na fé ficarem abismadas e acreditarem. Se tirarem este Deus que interfere na natureza, este Deus anti-natural, o que sobra para os pobres e patéticos cristãos de hoje, em sua fé infantil?

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